quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Disputa entre sonho e realidade

Curalina

Tempo urge e essa semana não foi diferente: a intensidade de sempre... estamos meio que na reta final do processo. Quarta feira que vem (27/02) farei um "ensaio aberto" ou melhor, uma pré-estréia na Casa da Mulher Manguinhos, no ponto de cultura onde As Marias da Graça ministram aulas. E dia 1 de março, sexta feira, está quase que fechando minha estréia numa escola em São João do Meriti. E estamos vendo a possibilidade de mais apresentações no CEDIM (Conselho Estadual de Direitos da Mulher) e ITV (Instituto Tocando em Você). Essa parte de produção local aqui no Rio ficou a cargo de minha grande amiga e parceira Elaine Sallas, cuja honra tive em conhecer na minha turma de Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)  e que agora reside no Rio de Janeiro. Nosso reencontro neste trabalho mostrou-nos outras singelas e mágicas coisas que a vida nos proporciona... O quanto um momento onde tudo parece não se encaixar, de repente se encaixa e flui...

Agora na reta final uma pequena crise me assolou essa semana. Ao visualizar todas as possibilidades que esse processo me trouxe e o quão pode ser rico o resultado me apavoro com a ciência dos detalhes que estão e que deverão ser trabalhados. Essa semana vi o quanto árduo está sendo pra todas nós, eu, Karla e Vera levantar algo denso em tão pouco tempo... Tantos detalhes a resolver em cena e fora dela que as vezes me bate o medo de não dar conta porque afinal a estréia é semana que vem, enfim, crise básica de todo processo criativo.



Ao mesmo tempo percebemos que em tão pouco tempo  conseguimos alcançar um resultado para além das expectativas... Estava conversando com Karla e Elaine no último ensaio e, contando a quantidade de ensaios que tivemos até o momento (11) desde 28 janeiro até 20 de fevereiro, vimos que, ter descoberto a Curalina e levantar as 3 histórias, ações, descobertas, pesquisar a palhaça contando as histórias e encontrar um formato para o espetáculo foi praticamente algo quase que impossível, só não foi porque vimos que chegamos num resultado e nos surpreendemos com isso...

Quando pensamos um projeto só nos damos conta da dimensão real de ação dele quando estamos no "olho do furacão", no meio do processo... Impossível prever a viabilidade do que se escreve com o que irá ser executado de fato. Verdadeira disputa entre sonho e realidade... Escrever um projeto é sonhar, e geralmente, sonhamos alto... A partir do momento que o projeto começa a se concretizar vemos que o real vai transformando o sonho, porém o enfeita com realidades e coincidências maravilhosas, apesar das dificuldades que se apresentam.

Ainda que perceba o quanto há que se trabalhar num curto espaço de tempo esta aventura está para além dos meus sonhos! As Marias são mulheres incríveis! Sério, sem demagogia...esses dias até falei no meio de uma improvisação na cena, como Curalina, que vocês, Marias, são pessoas de bem, e é claro, baita profissionais! Outro presente é ter reencontrado Elaine Sallas e poder trabalhar novamente com essa grande amiga, de uma energia e garra fora do comum. A concepção/construção de figurino e parte gráfica está sendo feita quase que em sistema drive-thru  porque enquanto estou no carro criativo fazendo o pedido, o serviço já vai saindo logo a frente... também é claro pela eficiência de quem está providenciando o pedido: Daniel Olivetto e Gisele Cordeiro, pessoas íntegras, lindas e grandes profissionais da área artística.

Todas que estão comigo nessa empreitada, saída de um onírico papel, são demais de especiais e agradeço tanto por isso! Coisa mais difícil é encontrar pessoas nas quais podemos nos jogar e confiar...



Estava quase desistindo da história o Braço de Morto, mas no ensaio de segunda o trabalho sobre ela fluiu. Encontramos coisas muito boas e conseguimos resolver algumas ações que estavam truncadas. Na terça a proposta foi passar as duas histórias: O Braço de Morto e o Príncipe Dragão. Comecei  pelo "Braço", consegui resgatar e descobrir coisas, mas quando passei a do "Dragão" não consegui levar muito bem... perdi o que tinha conquistado, não lembrava... estava muito cansada e com a cabeça cheia de preocupações que me travaram, saí pra baixo do ensaio...fui espairecer a noite! Saímos pra comer e caminhar em Ipanema... não parava de passar mil coisas pela minha cabeça...tentei respirar e relaxar. Ontem, quarta feira, cheguei no ensaio apreensiva comigo mesma... e no meu íntimo fiz o pedido para o dia: só quero poder lembrar e deixar fluir tudo que já criei, só quero poder curtir a cena e não travar em pensamentos. Pedido atendido. Ter estudado as ações das histórias antes me ajudou a me soltar mais e a deixar a palhaça Curalina se divertir contando. Senti que joguei bem comigo mesma e com quem me assistia: Karla Concá e Elaine Sallas. Eu me diverti e vi que elas também se divertiram... Neste momento visualizamos a potência que o espetáculo pode atingir.
Satisfeitas com o acontecido nesta tarde e muito faminta eu e Elaine fomos jantar no Mr Chan, comemorar o dia com Yakissoba de camarão hummm... regado a uma boa conversa com minha amiga/irmã foi mais uma das possibilidades reais e maravilhosas que atravessam esse sonho tão concreto...
Karla Concá, Drica Santos e Elaine Sallas

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